A família de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 50, preso em Garanhuns (230 km de Recife) acusado da morte de três mulheres afirma que foi vítima de golpe. Segundo parentes, o homem –acusado de integrar uma seita canibal– teria roubado R$ 80 mil em dinheiro, cheques e compras com o cartão de crédito da mãe, Zélia Beltrão Negromonte da Silveira, 74, que mora em Olinda, região metropolitana do Recife.Além disso, Jorge teria um plano para matá-la para, assim, ficar com a herança, afirma um irmão dele.O suspeito, a mulher dele, Isabel Cristina Pires da Silveira, 51, e a amante Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25, foram presos em Garanhuns no último dia 11.Além de três mulheres que eles confessaram ter matado, a polícia investiga outros cinco assassinatos em que o trio é suspeito. Isabel também disse à polícia que recheava empadas com carne humana, retirada dos corpos das vítimas, e vendia pelas ruas de Garanhuns.Segundo parentes, o caso de estelionato ocorreu em 2007, quando a família tomou conhecimento do roubo, e os irmãos teriam proibido Jorge de frequentar a casa dos pais. ´Expulsamos ele da família e nunca mais tivemos notícias dele. Somente agora, ao vermos as reportagens na TV mostrando o que ele fez com as mulheres, que tivemos notícias. Nossa mãe chorou muito ao saber das denúncias e disse que não o perdoa´, afirmou Jeová Negromonte, um dos irmãos do acusado.´Descobrimos antes [o plano para matar a mãe], e como ele não conseguiu matá-la, aplicou o golpe, roubando R$ 80 mil´, acrescentou Jeová. Empregada da casa há mais de 20 anos, Silvânia Maria da Silva também confirmou o golpe e disse que o caso foi relatado à polícia.Evangélica, Zélia Negromonte está sob efeito de remédios depois de receber notícias sobre o filho, que não via há mais de cinco anos. Segundo Silvânia, Zélia reconheceu o filho pela televisão.´Imagine uma idosa saber de uma notícia dessas e ainda ver que é um dos filhos que está envolvido. Não é fácil. Estamos estarrecidos e todos nós estamos sofrendo´, disse, citando que Zélia ´não está em condições emocionais´ para conversar com os jornalistas.A família de Jorge diz estar chocada com as ´atrocidades´ e que está sofrendo ameaças de pessoas desconhecidas que estariam rondando a casa.´Já prestamos queixa na delegacia e queremos que as pessoas saibam distinguir o que Jorge fez e o que é a nossa família. Somos pessoas de bem, cristãos e não fizemos parte, nem tampouco compactuamos, com o que ele fez´, disse Silvânia.Jeová contou que os familiares estão evitando sair de casa e sofrem com o preconceito até dos vizinhos. ´Não tenho coragem de por a cabeça fora de casa. Minha mãe está de cama, só faz chorar desde que soube de tudo´, disse.A família declarou que não tem interesse na guarda da criança de 5 anos que morava com o trio acusado de canibalismo e via parte dos rituais de assassinato.Segundo investigações da polícia, a mãe da criança chama-se Jéssica Camila da Silva Pereira, que tinha 17 anos à época que foi assassinada pelo trio, em Olinda. A família de Jéssica tinha dado as duas como desaparecidas e, com a repercussão do caso, já se manifestou que quer a guarda da menor.
Meio Norte